sábado, 6 de setembro de 2008

A intensidade é uma doença contagiosa...

...E eu não concebo a vida sem contágio.

Hoje, fui assistir a "Nome Próprio". Mais de um mês depois de entrar em cartaz, finalmente tomei coragem e fui ao cinema. Motivo: acreditava que seria um filme denso demais, intenso demais, e que meus nervos não aguentariam. No fim das contas, eu estava certa. O filme tocou tão fundo que, ao sair da sala, as lágrimas escorriam, tímidas ainda, pelo meu rosto. Tirando o fato de a personagem principal dormir com o elenco inteiro, me identifiquei totalmente com ela. No fundo, acho que todos só queremos encontrar uma resposta para todos os problemas, um oásis, um descanso do caos cotidiano. Muitas vezes, essa resposta vem traduzida em uma pessoa. É daí que vem a necessidade de amar, de ser amada, de sentir tudo de todas as maneiras, de viver intensamente, até a última gota. Ela queria ser dominada, porque nunca teve limites; eu, ao contrário, quero voar para fora da minha gaiola. Eu queria um bote salva-vidas, não para me resgatar de uma vida sem limites mas, ao contrário, para me dar uma vida nova. Talvez, apesar de tudo, o grande erro tenha sido meu, afinal. Por tentar depositar minha esperança de uma vida mais excitante nos ombros de uma só pessoa. Uma vez, eu escrevi que não estava esperando o príncipe encantado, que vinha em um carro preto para me salvar. Hoje, porém, penso que não estava sendo honesta quando afirmei isto. É certo que não tenho vocação para mocinha de família, dona de casa perfeita ou Amélia. Mas ainda procuro alguém que me resgate da minha condição de espectadora passiva da própria vida. E isto, eu decididamente não poderia encontrar nele.



Eu já devo ter dito em algum lugar, mas não custa repetir: quando eu estou melancólica, escrevo muito melhor. Sinto falta de fazê-lo com mais freqüência. Havia me esquecido de que escrever me dá tesão, me faz sentir viva, me faz ter sentido.

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