sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Enquanto eu sorrir ainda posso esquecer.

Engraçado como quase uma semana depois eu continuo sentindo um certo desconforto ao falar sobre o assunto, e mesmo ao escrevê-lo. Não consegui sequer tirar as fotos dos porta-retratos no meu escritório. É uma sensação estranha, quase como uma felicidade mórbida, como se o fato de as fotos estarem ali significasse que ainda tem um resquício, uma fagulha de esperança.

Tá tudo tão errado que parece certo, e eu gostaria de ainda ter com quem compartilhar as pequenas dores do dia-a-dia.
As lágrimas praticamente secaram, mas a ferida ainda está aberta.

E ainda dói.




"...O que me dá raiva não é que você fez de errado. Nem seus muitos defeitos, nem você ter me deixado. Nem seu jeito fútil de falar da vida alheia. Nem o que eu não vivi aprisionada em sua teia. O que me dá raiva são as flores e os dias de sol. São os seus beijos, e o que eu tinha sonhado prá nós. São seus olhos e mãos e seu abraço protetor. É o que vai me faltar. O que fazer do meu amor?..."

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Over and over and over again.

when will this end? it goes on and on...

Amanhã, mais um período começa. Desta vez, às sete da manhã.
É estranho, mas a volta às aulas tem um significado diferente quando se é criança.
Lembro que sempre ficava ansiosa nesta época quando pequena. Aquele entusiasmo de reencontrar os amigos, a expectativa de novas experiências, etc e tal.
Hoje, tudo o que penso é: que merda, vou ter que acordar às seis SEIS S-E-I-S horas amanhã e não vou mais ter tempo de ver meus filmes, ler meus livros e bater perna pela rua a hora que bem entender! ¬¬'

Mas enfim, vamoquevamo. Se não for por mais nada, só para me lembrar que as propagandas hoje em dia andam idiotas e que eu preciso me formar logo para salvar o mundo da publicidade.
ha-ha

sábado, 2 de agosto de 2008

A simple kind of life.


And all I wanted was the simple things, a simple kind of life.
And all I needed was a simple man, so I could be a wife.

O cenário era a praia de Copacabana, com o sol costumeiro ofuscando a vista dos transeuntes, que caminhavam despreocupadamente em uma manhã de Domingo. O vento batia em meu rosto e a vida parecia, por um momento, ter dado uma trégua. Nada de problemas, nada de preocupações, naquele instante, era só eu e o mar.
Então, passando os olhos aleatoriamente pela massa de pessoas que se movimentavam pela orla, presenciei uma cena corriqueira e banal, mas que, nem por isso, me pareceu pouco importante.
Uma família caminhava, tranqüila, alheia à algazarra ao redor. O jovem casal e a filhinha conversavam e riam, de uma maneira simples e encantadora, ao mesmo tempo.
Duvido muito que mais alguém tenha reparado na cena. Em mim, porém, ela desencadeou uma reflexão que durou até o fim do percurso.
Nunca fui daquelas mulheres com sonhos pré-fabricados. Nunca esperei o príncipe encantado, que chegaria em um cavalo branco para me salvar de todos os males. Nunca quis ser a mulher passiva, cuja única obrigação é cuidar da casa e das crianças e cujo maior objetivo na vida é casar com um homem que a sustente. Nem mesmo queria ter filhos. Sempre tive minhas próprias metas, que, apesar de incluírem ter alguém ao meu lado -afinal, é impossível ser feliz sozinho-, nunca se resumiram a virar uma típica Amélia, boazinha e submissa, cuidando da família como seu bem mais precioso. Ao contrário, sempre desejei seguir a carreira que eu escolhi, trabalhar naquilo que gosto, ter meu próprio dinheiro, meu carro, ser independente, enfim.
E eis que, de repente, me dou conta de que certas prioridades acabaram mudando. Não sei precisar em que momento isso aconteceu, mas sinto como se, agora, fosse necessário mais do que uma carreira sólida e independência financeira para eu ser feliz. Descobri que eu quero, sim, no futuro, me casar, ter alguém com quem dividir as alegrias e as angústias, e que isso não faz de mim uma pessoa fraca. Ainda tenho meu lado feminista, e ainda me considero um pouco workaholic, mas, agora, ter uma família a administrar e o êxito profissional já não me parecem atividades tão impossíveis de ser conciliadas.

E quando a gente começa a pensar sobre essas coisas durante uma caminhada matutina, é sinal de que estamos ficando velhos... =P