sábado, 2 de agosto de 2008

A simple kind of life.


And all I wanted was the simple things, a simple kind of life.
And all I needed was a simple man, so I could be a wife.

O cenário era a praia de Copacabana, com o sol costumeiro ofuscando a vista dos transeuntes, que caminhavam despreocupadamente em uma manhã de Domingo. O vento batia em meu rosto e a vida parecia, por um momento, ter dado uma trégua. Nada de problemas, nada de preocupações, naquele instante, era só eu e o mar.
Então, passando os olhos aleatoriamente pela massa de pessoas que se movimentavam pela orla, presenciei uma cena corriqueira e banal, mas que, nem por isso, me pareceu pouco importante.
Uma família caminhava, tranqüila, alheia à algazarra ao redor. O jovem casal e a filhinha conversavam e riam, de uma maneira simples e encantadora, ao mesmo tempo.
Duvido muito que mais alguém tenha reparado na cena. Em mim, porém, ela desencadeou uma reflexão que durou até o fim do percurso.
Nunca fui daquelas mulheres com sonhos pré-fabricados. Nunca esperei o príncipe encantado, que chegaria em um cavalo branco para me salvar de todos os males. Nunca quis ser a mulher passiva, cuja única obrigação é cuidar da casa e das crianças e cujo maior objetivo na vida é casar com um homem que a sustente. Nem mesmo queria ter filhos. Sempre tive minhas próprias metas, que, apesar de incluírem ter alguém ao meu lado -afinal, é impossível ser feliz sozinho-, nunca se resumiram a virar uma típica Amélia, boazinha e submissa, cuidando da família como seu bem mais precioso. Ao contrário, sempre desejei seguir a carreira que eu escolhi, trabalhar naquilo que gosto, ter meu próprio dinheiro, meu carro, ser independente, enfim.
E eis que, de repente, me dou conta de que certas prioridades acabaram mudando. Não sei precisar em que momento isso aconteceu, mas sinto como se, agora, fosse necessário mais do que uma carreira sólida e independência financeira para eu ser feliz. Descobri que eu quero, sim, no futuro, me casar, ter alguém com quem dividir as alegrias e as angústias, e que isso não faz de mim uma pessoa fraca. Ainda tenho meu lado feminista, e ainda me considero um pouco workaholic, mas, agora, ter uma família a administrar e o êxito profissional já não me parecem atividades tão impossíveis de ser conciliadas.

E quando a gente começa a pensar sobre essas coisas durante uma caminhada matutina, é sinal de que estamos ficando velhos... =P

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